quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Texto de animação e reflexão Missionária.

“Se tivéssemos fé, mesmo pequena, como um grão de mostarda...” Lc 17,6.

Quando observamos o mundo em que vivemos e as pessoas que nele vivem, temos certa insegurança no que virá a acontecer nos próximos anos.
O Homem vive em uma profunda angústia na busca de possuir cada vez mais bens e riquezas materiais, poderios bélicos e políticos, onde para atingir tais objetivos são capazes de tudo, até de tirarem a vida de outro semelhante ou dos bens naturais que possam atrapalhar seus desejos egoístas.
Para enfrentarmos todo esse contexto de morte e sermos autênticos missionários de Cristo é necessário ter sempre a fé em um mundo mais fraterno, justo e solidário. Para isso temos que acreditar na obra criada à semelhança de Deus; o ser humano, colocado na Terra para cuidar, amar e construir o mundo feito pelo Criador.
A fé, do tamanho de um grão de mostarda, como diz Jesus, deve ser algo marcado em nossa vida cristã, onde como uma semente, depois de germinada, pode transformar a vida da humanidade marcada pela violência. Tal fé deve nos levar sempre ao encontro do outro que não segue o Mestre por vários motivos, entre eles o próprio comodismo ou por não ter ninguém que anuncie a Boa Nova.
Como discípulos e missionários do Cristo devemos buscar uma comunidade cristã e respondermos ao nosso batismo para realizarmos a missão da Igreja que é o anúncio do Reino de Deus, onde seu grande objetivo é propagar o amor de Deus à humanidade, combatendo qualquer situação de morte e maldade tão presente em nosso meio.
A missão da Igreja engloba muitas atividades como a defesa da vida desde a sua concepção até o seu fim natural, sem a interferência de qualquer interesse, seja da ciência ou dos poderes políticos, sociais ou econômicos que marcam a nossa sociedade capitalista, financiadora das experiências com embriões, células-tronco, aborto eutanásia, nas quais ferem a ética do princípio da vida.
Nessa luta de defesa pela vida, a Igreja possui várias entidades que promovem debates, encontros e manifestações que tentam impedir tal manipulação da vida humana e de outras vidas como a clonagem por exemplo. Será que como católicos praticantes de nossa fé, já rezamos pelo menos pelos nascituros que são ameaçados de maneira tão brutal?
A Igreja Católica possui uma grande responsabilidade em defender os direitos daqueles que são os excluídos de nossa sociedade, estando sempre do lado deles para que possam usufruir das riquezas da criação dadas a todos por Deus, mas que por interesses de uma minoria privam a maioria dos bens necessários para a sobrevivência.
Nesse campo os números são assustadores, 70% da população mundial têm que dividir 30% das riquezas planetárias, enquanto os demais 70% ficam nas mãos de 30% da população rica do mundo. Nunca o projeto de Cristo relatado em Jo10, 10 “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em plenitude” esteve tão longe.
Como o alimento da fé é a oração somos chamados a rezarmos pela Igreja espalhada nos cinco continentes, que enfrentam vários desafios como a fome, a miséria, as guerras civis, o tráfico de órgãos humanos e as doenças que destroem o continente africano; as guerras intermináveis, os atos de terrorismos e a perseguições aos cristãos, como na China enfrentados no continente asiático; a secularização no continente europeu, a dificuldade de anunciar a fé católica no continente da Oceania, marcado pelo protestantismo, as dificuldades de evangelização encontrada no continente americano como os resquícios das ditaduras que marcaram as Américas Central e do Sul nas últimas décadas e que ainda interferem nas realidades sociais, econômicas, políticas, religiosas (como o crescimento das seitas pentecostais e neo-pentecostais) e culturais.
Mas a principal dificuldade de evangelização desses continentes é a falta de anunciadores da palavra de Deus, principalmente nas áreas mais difíceis como na Amazônia onde há comunidades que celebram a Eucaristia uma vez por ano, e por falta de evangelizadores leigos, várias seitas estão destruindo a cultura dos povos nativos e os escravizando em nome do Cristo, como por exemplo, uma seita pentecostal obrigou todo um povoado indígena a vestirem calças e camisas sociais e a somente obedecerem a certo pastor que está alienando tal povoado.
Guiados pelo Espírito do Senhor, vamos assumir o nosso batismo para nos transformarmos em protagonistas de um novo céu e uma nova terra, onde o ódio de lugar ao amor, a tristeza à alegria, a mentira à verdade, a ofensa ao perdão, a discórdia à união e a dúvida à fé, como nos pede a oração de São Francisco.
Que Maria Santíssima seja nosso modelo de fé e oração para que tenhamos o seu olhar e sentimento fraternos para anunciarmos àqueles que necessitam do amor e da justiça de Deus em suas vias.


Seminarista Oliveiros Batista Cardoso Júnior
2º ano de Filosofia.